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Considerações finais

Ignorar que as novas tecnologias revolucionaram a maneira pela qual o sujeito se relaciona com o mundo e com o outro, desprezar o fato de que estas tecnologias podem servir como suporte para a aprendizagem, inovar métodos de ensino e proporcionar a renovação que nosso sistema educacional tanto precisa para se tornar mais eficiente e funcional é a mesma coisa que desconsiderar a descoberta do fogo, da roda ou desmerecer as transformações sociais resultantes das aplicações das invenções de Thomas Edson. É preciso encarar as mudanças disparadas pelo surgimento das novas tecnologias com uma certa naturalidade e elidir dos nossos discursos a equivocada conclusão de que a Web e a Internet são “catástrofes que vieram para destruir a sociedade”. A evolução da humanidade deu-se pela mudança e pela transformação, e estas também foram as bastes para o desenvolvimento do conhecimento e do pensamento humano. Hoje, estamos assistindo a mais um desses momentos históricos que transfiguram a nossa história.

Os professores precisam apoderar-se dos instrumentos oferecidos pelas novas tecnologias, tanto no âmbito do hardware (Smartphones, Ipods, PalmTops), como do software (Facebook, Twitter, Google, Youtube, etc.) de forma que passem a servir como aliados, e não como inimigos a temer. Nossa tutora, a professora Adelina Moura, em um de seus muitos textos sobre m-learning sublinha que tais ferramentas "apresentam inúmeras possibilidades de utilização em contexto educativo e formativo, constituindo a imaginação o limite da sua utilização. Por se tratar de ferramentas gratuitas e de fácil utilização as suas potencialidades são grandes quando usadas convenientemente. A combinação dos telemóveis, das tecnologias de informação e comunicação e de uma pedagogia adequada podem ser um grande auxílio no processo de ensino e aprendizagem. Esta combinação não só ajudará a aprendizagem e retenção de conteúdos curriculares, mas também aprender a usar a própria tecnologia preparando os alunos para o futuro. Mais do que proibir é necessário integrar e investigar a sua utilização no sentido de apurar as suas implicações no processo de ensino e aprendizagem, nomeadamente melhoria na aprendizagem e na retenção da informação". (Moura, 2008, p.143)

A realidade dos nossos alunos hoje é radicalmente diferente daquela que tínhamos há 20 ou 15 anos atrás. Lidamos com uma “platéia” diferente, com outras necessidades sociais e com uma visão de mundo diversa, mais voltada para o global, para o compartilhamento, íntimos das tecnologias e constantemente conectados através dos dispositivos portáteis, portanto é imprescindível que as escolas atendam às demandas de “um mundo cada vez mais global e móvel. Os alunos de hoje manejam habilmente os dispositivos móveis que é preciso valorizar como se valorizaram no passado a introdução de outras ferramentas de apoio ao processo de ensino aprendizagem.” (Moura, 2008, p. 144). O uso adequado das tecnologias móveis, das redes sociais, da Web 2.0 e de outras tecnologias, permite o surgimento de novos ambientes cognitivos, bem como a eclosão de novos contextos de construção do conhecimento e, enquanto professores, orientadores do desenvolvimento crítico dos nossos alunos, devemos estar prontos para os desafios das transformações sociais que nos são apresentados nas mais diversas áreas.

A combinação dos aspectos positivos do m-learning e do b-learning com práticas pedagógicas mais tradicionais podem fomentar a pesquisa de maneira mais efetiva, promover a interatividade, facilitar uma atitude colaborativa para a produção de conteúdos significativos para o processo de aprendizagem, e por fim encorajar o compartilhamento e o debate de idéias, que sempre enriquecem a nossa caminhada. Pensar a sala de aula a partir de uma abordagem mais holística, comunicativa e construtivista, permite oferecer aos alunos uma experiência mais próspera, ampla e envolvente.

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